Dawn in Venice
August 2021. Piazza San Marco, Venice, Italy
Six hours on an empty bus had guaranteed me transportation between Zagreb and Venice. It was just after four in the morning when I disembarked without, however, having arrived.
Estava decidido a chegar à Praça de S. Marco o mais depressa possível sem preconceitos para com a hora. Um segundo autocarro levara-me à verdadeira Veneza. Após um pequeno-almoço rápido no único café aberto (isolado no meio do vazio, era um centro que atraía uma quantidade impressionante de pessoas, tida em conta a altura do dia) iniciei a caminhada mais fantástica por entre ruas e ruelas, vazios e espaços escuros e barulhos do desconhecido.
No total eramos três. Havia conhecido dois jovens na estação, um espanhol e uma mexicana cujos percursos até ali eram tão ou mais loucos que o meu. Tinham sido expulsos de um navio cruzeiro na véspera após a tripulação se ter apercebido que o visto da jovem mexicana iria caducar antes do fim da viagem. Assim, o cruzeiro pelo mediterrâneo concluiu-se mais cedo que o esperado. Foram deixados num porto a algumas centenas de quilómetros dali, onde apanharam um autocarro que os trouxera até Veneza.
Não sei se partilhavam o meu fascínio pela praça, nem tão pouco compreendiam a minha vontade de a ver o mais depressa possível, o mais vazia possível… ainda assim, juntaram-se a mim neste percurso. Possivelmente não tivessem um plano melhor ou simplesmente um plano. Chegamos, rodopiei num lentíssimo olhar de 360º. Sentamo-nos no centro, onde ficamos por um bom bocado.
A etapa seguinte do plano era dirigir-me para norte evitando a acumulação de pessoas. Estavam confortáveis na praça e por ali queriam ficar. Iniciei o meu percurso. Lembro-me de fazer esta fotografia e olhar para trás. Continuavam sentados no meio da praça. Olhavam e apontavam para o céu.
I was determined to get to St. Mark’s Square as soon as possible without being prejudiced by the time of day. A second bus would take me to the real Venice. After a quick breakfast at the only café open (isolated in the middle of the emptiness, it was a centre that attracted an impressive amount of people, considering the time of day) I started the most fantastic walk through streets and alleys, voids and dark spaces and noises of the unknown.
In total there were three of us. I had met two young people at the station, a Spaniard and a Mexican woman whose journeys up to that point were as or more crazy than mine. They had been kicked off a cruise ship the day before after the crew realised that the young Mexican woman’s visa would expire before the end of the trip. Thus, the Mediterranean cruise concluded earlier than expected. They were dropped off at a port a few hundred kilometres away, from where they caught a bus that had brought them to Venice.
I do not know if they shared my fascination for the square, nor if they understood my desire to see it as soon as possible, as empty as possible… even so, they joined me on this journey. Possibly they had no plan or better or simply a plan. We arrived, I whirled around in a slow 360° gaze. We sat in the centre, where we stayed for a good while.
The next stage of the plan was to head north avoiding the accumulation of people. They were comfortable in the square and wanted to stay there. I started my route. I remember taking this picture and looking back. They were still sitting in the middle of the square.
Almost ironically, they were looking and pointing to the sky.