Na praça Guilherme Pinto, em Matosinhos, numa manhã de sol, estava programado o início de algo. Sem aviso, um grupo de corpos em proximidade apareceu do nada, correndo em direção ao canto nordeste da praça.

Foi o início de um percurso pela cidade pontuado por visões fantásticas destes corpos que se dispunham no espaço urbano de novas formas, contrariando as normas do quotidiano.

Tratava-se da performance “Bodies in urban spaces”, criada pelo artista Willi Dorner e executada por um grande contingente de voluntários também artistas. Durante uma hora assisti à subversão intensiva e sucessiva do ordinário urbano produzindo registos que roçam o surrealismo.

Neste, a artista utiliza o seu corpo de forma a tomar o papel daquele vértice, consequência da convergência dos planos das paredes e do chão. O corpo é flexível e adapta-se tornando-se aquilo que desejar.

Mostra um confronto irónico onde a ideia mais simples exige na sua execução a maior das complexidades.

In Praça Guilherme Pinto, in Matosinhos, on a sunny morning, something was scheduled to start. Without warning, a group of bodies in close proximity appeared out of nowhere, running towards the northeast corner of the square.

It was the beginning of a journey through the city punctuated by fantastic visions of these bodies disposing themselves in the urban space in new ways, contradicting the norms of everyday life.

It was the performance “Bodies in urban spaces”, created by the artist Willi Dorner and executed by a large contingent of volunteers who were also artists. For one hour I witnessed the intensive and successive subversion of the urban ordinary, producing registers that border on the surreal.

In this one, the artist uses her body to take the role of that vertex, consequence of the convergence of the planes of the walls and the floor. The body is flexible and adapts itself to become whatever it wishes.

It shows an ironic confrontation where the simplest idea demands the greatest complexity in its execution.